terça-feira, 6 de julho de 2010

Beijos de trenzinho

Ontem olhei sua foto e me desviei como sempre faço. Desviar meu olhar é uma maneira de fugir, mas se fosse isso que eu quisesse não haveria motivos para deixar aquela foto sorridente exposta de maneira contagiante, como se não me desse tristeza só de olhar. Faz tempo que não choro, a última vez foi na madrugada do meu aniversário, você lembra não é? Eu sei que você estava lá, presente sempre. É que eu havia me lembrado de como seu parabéns no ano anterior havia me feito bem, além de ter soado o mais sincero que tive. Me lembrei do que senti no momento em que eu segurava sua mão e te olhava de perto, sim, eu sabia, na verdade nós sabíamos. Mas sendo como sou, me agarrei a um fio de esperança. Depois de me lembrar de detalhes do passado, chorei no escuro porque sabia que não te teria agora, e que nunca mais te teria. Fui deitar em minha cama, me encolhi, lembrei de seu sorriso de novo e dormi como uma pedra. Sabia que você daria um jeito de beijar meu rosto, beijar beijos de trenzinho.

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