domingo, 25 de julho de 2010

E se acabar... Começa.

"Esqueça que fiz parte da sua vida" e o vaso se quebrou espalhando inúmeros cacos pelo chão. Os varri e deixei num canto do quarto, sem coragem para me desfazer. O tormento acabou quando você se foi e eu me senti um pouco aliviada. Os dias se passaram e com eles o cheiro do meu travesseiro passou a ser de amaciante. As lágrimas eram automáticas assim como o meu sorriso era o ver o seu. Percebi que você não ligaria desejando boa noite, tampouco me acordaria com sua grande xícara de sorrisos de café. Desesperada, peguei os cacos no chão e tentei os refazer empurrando contra meu peito, mas sangrei. Eu estava errada, sem você o tormento havia somente começado.

Amar é tão fácil quanto respirar

Tentei fazer vida em cada palavra, mas o amor é o assunto mais vasto e, como tudo nesta vida, há muitos pontos de vista diferentes sobre ele. Mas ele deveria ser exatamente assim: Tão fácil quanto respirar. Porém, é difícil de construí-lo, pois sim, ele é construído. Não existe amor à primeira vista, amor platônico, nem ao menos amor carnal ou qualquer outra categoria de amor que alguém tenha inventado. Amar é como ter um segundo lugar onde bate o seu coração. E não existem fórmulas ou experiência, pois o amor é um eterno aprender e é cheio de surpresas. É saber aceitar, acolher, ajudar, respeitar, lidar, priorizar, conciliar. É o caminho mais difícil a ser escolhido e o mais fácil de se desistir. Fases vêm e fases vão. Há obstáculos e feridas que vêm e não vão. Mas, quando se ama verdadeiramente, basta um abraço de peles quentes, para aquietar a alma e deixar seus pés no chão.
"Aprecie o que você tem. Apenas ame."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

15/06/2008

Era uma menina que num verão de dúvidas sorriu diferente e ele a amou. Ela disse não, ele a amou. Ela sumiu, ele não esqueceu. Cada detalhe daquela vida estranha tinha hora marcada para acontecer, e quando o amor sorriu, ele a amou. Ela pegou em suas mãos quentes e viu em seus olhos brilhantes um grande amigo. Ele a amou tanto que se afastou. As vidas se entrelaçaram num leve e molhado beijo, rápido e cômico, ele pulou por dentro. Ela entrou em casa sem perceber que o coração dele havia ficado em seu bolso. Um sorriso caiu em seus lábios ao se lembrar dos momentos que acabara de viver. Aquele amor camuflado de amizade logo foi notado pelo mundo, até ficar do tamanho dele. Havia algo muito maior nos olhos de seu amado que ela ainda não sabia. Ela caiu e ele a levantou, brincou, tomou conta de seus sorrisos e fez seus olhos brilharem... Pegou o coração dela e pôs no bolso. Hoje ela é mulher, às vezes fria, estranha e sempre é mal interpretada, mas de que importa se ela tem alguém que ainda a vê como aquela menina num verão?

Fragmento

"(...)Ela era tão doce e compreensiva, logo sorriu para mim. Aproveitei aquele breve momento para apreciar seu rosto que estava tão próximo. Os olhos grandes e castanhos, tão delicados e transparentes. Conseguia ver claramente o que eles me diziam, se estavam tristes ou felizes... Nunca os vi encantados, apaixonados. Nunca vi lágrimas. Ela era tão sensível, mas não deixava transparecer. Somente eu que era o louco obcecado conseguia perceber esses detalhes. Logo senti o desejo de tocar a pele das bochechas e sentir a maciez, o cheiro... Depois apreciei a boca, parecia que fora modelada de tão perfeita. Com certeza se encaixaria perfeitamente na minha..."

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sol

Se encontraram de duas em duas e então eram quatro, inseparáveis. A vida era bela naquela época, mas sempre ocorrem as tais metamorfoses. Foi naquele momento que uma delas caiu e enfraqueceu, por isso não sabíamos mais quem realmente era aquela outra que estava sempre comigo. E de repente, por obra do Senhor Destino, a mais delicada estrelinha foi-se embora em busca de um sonho, levou um pedaço de nossos corações e sua ausência deixou a que havia ficado fraca, mais fraca ainda. Eu sorri para ela e lhe dei um abraço. Descobri que ela nunca fora uma estrela, ela era um sol... Sempre será.

Hoje, meus dias são sempre quentes e cheios de luz.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Beijos de trenzinho

Ontem olhei sua foto e me desviei como sempre faço. Desviar meu olhar é uma maneira de fugir, mas se fosse isso que eu quisesse não haveria motivos para deixar aquela foto sorridente exposta de maneira contagiante, como se não me desse tristeza só de olhar. Faz tempo que não choro, a última vez foi na madrugada do meu aniversário, você lembra não é? Eu sei que você estava lá, presente sempre. É que eu havia me lembrado de como seu parabéns no ano anterior havia me feito bem, além de ter soado o mais sincero que tive. Me lembrei do que senti no momento em que eu segurava sua mão e te olhava de perto, sim, eu sabia, na verdade nós sabíamos. Mas sendo como sou, me agarrei a um fio de esperança. Depois de me lembrar de detalhes do passado, chorei no escuro porque sabia que não te teria agora, e que nunca mais te teria. Fui deitar em minha cama, me encolhi, lembrei de seu sorriso de novo e dormi como uma pedra. Sabia que você daria um jeito de beijar meu rosto, beijar beijos de trenzinho.